quinta-feira, 19 de abril de 2012

Enquanto isso na sala da justiça...





Diante do desagradável desfecho do episódio “real” – a legalização do aborto para as gestantes que tiverem fetos diagnosticados com a anencefalia –  vivido nos últimos dias na sala de justiça do STF, infelizmente não tive como deixar de recordar o saudoso desenho animado que pululou minha ingênua consciência infantil chamado Liga da Justiça.
Naquele tempo vibrava pelos mocinhos, aqueles heróis, eram vistos reunidos em plenário ou lutando para manterem a paz, o bem estar dos povos e, principalmente, a defesa dos fracos contra as forças do mal. Hoje, muitos se fascinam pelos malvados e suas capacidades falaciosas de distorcerem a realidade, de demonstrarem ausência de compaixão pelos outros, e de massagearem a culpa em seus corações e mentes deturpando conceitos de direito, autonomia e dignidade humana.



Não desconsidero a situação dolorosa da gestante que carrega no ventre um filho anencéfalo, mas o sofrimento, por si, não ofende a dignidade de ninguém, ao contrário a realização do aborto, isso sim, ofende tanto a dignidade da mãe como da pessoa inocente que ela carrega no seu ventre. A ética da vida e da justiça não permitem exceções. Tantos os fetos anencéfalos, como os demais seres adultos, jovens ou idosos inocentes e frágeis, jamais poderão ser violentados, descartados ou terem os seus direitos fundamentais, em especial o de viver, desrespeitados.
O que comprovamos é a triste inversão dos papeis: os atuais heróis das salas de justiça são os malvados de hoje em dia, os perversos que encarnam na vida moderna o triste espetáculo da insensibilidade, da sordidez e do cinismo. Essa concessão é um precedente perigoso que abrirá o caminho para outros tipos de aborto, ou como definem os falaciosos “antecipação terapêutica do parto”, para deficientes físicos, mentais e até mesmo de crianças sadias, mas indesejáveis por outros tipos de descriminação ou eugenia. As alternativas para nós, os pobres mortais, é a de continuarmos lutando pela dignidade da pessoa humana, usando da objeção de consciência contra leis injustas como essa e mantermos a defesa dos inocentes e fracos contra o endurecimento do coração e a desumana opção da descartabilidade da vida, aprovada pelos falsos heróis do mundo moderno.


      Pe. Adenilson Antonio Schmidt
Reitor do Seminário Nossa Senhora da Penha


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