sábado, 5 de outubro de 2013

EXEGESE BÍBLICA


 Is 25,1
Senhor, vós sois meu Deus; exaltar-vos-ei e celebrarei vosso nome, porque executastes maravilhosos desígnios, concebidos, de há muito, com firme constância. 

Exaltar o Senhor é bendizer o seu preciosismo nome. Deus, Pai de misericórdia, realiza ininterruptamente vitórias direcionadas a seus filhos adotivos. Dentre as vitórias conquistadas em Jesus Cristo a favor da humanidade, seguramente a maior delas se configura na que consentiu ao homem vida em plenitude, isto é, a vitória sobre a morte e o pecado, na qual Deus, autor da vida, quis reconciliar o que antes havia se rompido na experiência do velho Adão.

Desse modo, por meio dessa vitória por excelência, assim cunhada, o homem passa da condição de velho à de novo, haja vista que Jesus Cristo é o novo Adão. Portanto, sua páscoa é também páscoa da humanidade.

Diante das maravilhas de Deus, uma delas é a principal sobredita, convém pensar: uma vez plastificado por uma demasiada insensibilidade, fruto do distanciamento do Senhor, como o homem percebe a manifestação da ação salvadora de Cristo e como isso implica na relação Deus e homem, frente ao cenário desfavorável à crença no Deus, que se comunica por meio de sinais e, portanto, reclama a expressão a que se pode cunhar de sensibilidade evangélica?

Uma possível tentativa de refletir acerca da questão consiste em partir da ideia de Deus como motor imóvel. É dele – Deus – que todas as coisas visíveis e invisíveis originam-se. Para tanto, necessário se faz desprender-se do que implicitamente a sociedade moderna impunha, isto é, o “bem” materializado imageticamente, o qual nem sempre desvela a verdadeira maravilha, que somente provêm de Deus.

A partir dessa concepção, somada ao desejo de perceber mais intimamente os desígnios do Senhor, o homem dá os primeiros passos na direção do saber cristão, que junto às práxis cotidiana da oração, certamente terá sua máxima na crença da verdade revelada em Jesus Cristo. Daí, o homem, agora provido dessa espiritualidade, rende graças a Deus pelas maravilhas concedidas com firme constância.

Assim sendo, não exaltar o nome do Senhor é ofensivamente descrer na graça que no decurso dos séculos alcança a comunidade humana, mas que, no entanto, impressiona ao apresentar-se muitas vezes desumanizada.  

Seminarista Fernando Antonio Souza

Arquidiocese de Vitória-ES

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