Is
25,1
Senhor, vós
sois meu Deus; exaltar-vos-ei e celebrarei vosso nome, porque executastes
maravilhosos desígnios, concebidos, de há muito, com firme constância.
Exaltar o Senhor é bendizer o seu
preciosismo nome. Deus, Pai de misericórdia, realiza ininterruptamente vitórias
direcionadas a seus filhos adotivos. Dentre as vitórias conquistadas em Jesus
Cristo a favor da humanidade, seguramente a maior delas se configura na que
consentiu ao homem vida em plenitude, isto é, a vitória sobre a morte e o
pecado, na qual Deus, autor da vida, quis reconciliar o que antes havia se
rompido na experiência do velho Adão.
Desse modo, por meio dessa vitória
por excelência, assim cunhada, o homem passa da condição de velho à de novo,
haja vista que Jesus Cristo é o novo Adão. Portanto, sua páscoa é também páscoa
da humanidade.
Diante das maravilhas de Deus, uma
delas é a principal sobredita, convém pensar: uma vez plastificado por uma
demasiada insensibilidade, fruto do distanciamento do Senhor, como o homem
percebe a manifestação da ação salvadora de Cristo e como isso implica na
relação Deus e homem, frente ao cenário desfavorável à crença no Deus, que se
comunica por meio de sinais e, portanto, reclama a expressão a que se pode
cunhar de sensibilidade evangélica?
Uma possível tentativa de refletir acerca da questão
consiste em partir da ideia de Deus como motor imóvel. É dele – Deus – que
todas as coisas visíveis e invisíveis originam-se. Para tanto, necessário se
faz desprender-se do que implicitamente a sociedade moderna impunha, isto é, o
“bem” materializado imageticamente, o qual nem sempre desvela a verdadeira
maravilha, que somente provêm de Deus.
A partir dessa concepção, somada ao
desejo de perceber mais intimamente os desígnios do Senhor, o homem dá os
primeiros passos na direção do saber cristão, que junto às práxis cotidiana da
oração, certamente terá sua máxima na crença da verdade revelada em Jesus
Cristo. Daí, o homem, agora provido dessa espiritualidade, rende graças a Deus
pelas maravilhas concedidas com firme constância.
Assim sendo, não exaltar o nome do
Senhor é ofensivamente descrer na graça que no decurso dos séculos alcança a
comunidade humana, mas que, no entanto, impressiona ao apresentar-se muitas
vezes desumanizada.
Seminarista Fernando Antonio Souza
Arquidiocese de Vitória-ES
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